MERCADO DE CAFÉ NO BRASIL SE ARRASTA NESTES DIAS PÓS-CARNAVAL


O mercado internacional de café teve uma semana mais curta de negócios, tendo em vista que a Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures) para o arábica não operou na segunda-feira, 20 de fevereiro, feriado do Dia do Presidente no Brasil. Além disso, o maior país produtor de café, o Brasil, parou segunda e terça-feira (20 e 21) para o Carnaval e o mercado se arrastou nos dias seguintes, com muitos compradores e vendedores ainda fora de atividade, prolongando o feriado.

Em NY, a bolsa retornou do feriado na última terça-feira (21) apresentando uma boa reação depois das recentes perdas. O mercado fugiu um pouco da perigosa linha técnica, gráfica e “psicológica” dos US$ 2,00 por libra-peso, com o contrato maio fechando a US$ 2,06. Mas, não durou muito e já na quarta-feira o contrato fechou a US$ 2,01, mostrando que embora haja o esboço de reações, falta força para o mercado se manter. E isso foi visto quinta-feira (23), quando as cotações chegaram a ter máxima no maio em NY de quase US$ 2,06 e no final do pregão voltou o peso no lado vendedor e os preços retornaram a US$ 2,02, com a bolsa fechando com ganhos mínimos.

Por outro lado, o mercado tem bom suporte nessa linha de US$ 2,00 por libra-peso, parece uma sólida linha a ser superada. No lado fundamental negativo para as cotações, a safra brasileira começa a entrar nos próximos meses, e será uma grande safra dentro do ciclo bienal da cultura. Dará ao menos fôlego para as relações de oferta e demanda depois de temporadas seguidas de déficit na produção. E agora estamos chegando ao fim do período de maior demanda no Hemisfério Norte, com o inverno. No entanto, é inegável que ainda persiste o cenário de oferta ajustada à demanda, logo, a questão é até quanto o mercado pode cair. E em meio a isso ainda há as incertezas com o quadro macroeconômico na Europa, especialmente.

No balanço semanal para o arábica na ICE Futures, a bolsa mostrou que andou em círculos entre pregões de alta e de baixa, e recuou entre o dia 17 e o dia 23 apenas 0,15% no contrato maio, saindo de 202,35 para 202,05 cents.

Em Londres (LIFFE), o robusta, que operou todos os dias normalmente, mostrou um desempenho negativo na primeira parte da semana e uma forte reação na quinta-feira (23), destacadamente. Fatores técnicos, incertezas com a safra no Vietnã e uma corrida às compras diante da ampla movimentação no mercado de opções deram o tom dos ganhos da quinta-feira, quando a bolsa subiu 3,5% no contrato maio. No balanço semanal até este dia 23, a LIFFE subiu 1,2%.

No Brasil, o mercado permanece no marasmo pós-carnaval, esperando pela próxima segunda-feira quando a atividade deve melhorar. Além disso, a Bolsa de Nova York não mostrou um direcionamento mais claro. Assim, as cotações neste semana curta caíram minimamente para o arábica, passando de R$ 420,00/425,00 a saca da bebida boa no sul de Minas Gerais para R$ 417,00/422,00. Destaque para o conillon, que subiu acompanhando os ganhos do robusta em Londres, passando de R$ 270,00/272,00 para R$ 275,00/280,00 a saca do tipo 7 em Vitória/Espírito Santo nesta semana.

Tags:

Sobre o Autor

A APAS é uma associação de produtores que investem no ramo da cafeicultura com plantio no alto da serra de São Gonçalo do Sapucaí no distrito dos Ferreiras - MG