A colheita da safra nova de café do Brasil (2012/13) ainda
está no seu começo, mas o ritmo de negociações dos grãos está bem abaixo do
normal para o período. Levantamento de SAFRAS & Mercado aponta que os
produtores brasileiros comprometeram até agora, de forma antecipada ou física
do produto, apenas 9% da safra esperada, quando a média para o período está em
torno dos 20%.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o
produtor continua direcionando vendas ao café remanescente da safra 2011, cuja
disponibilidade ainda é elevada para a época do ano. A alta do dólar acelerou o
interesse de venda. Mas, o analista indica que o comprador segue na defensiva,
posicionando-se da "mão-para-boca", aguardando o avanço da oferta do
café novo e seus efeitos sobre os preços, o que já começa a acontecer.
"Enquanto isso, a comercialização da safra nova segue renegada, com
comprometimento bem abaixo do normal para o período do ano. Apareceu um pouco
mais de interesse nos últimos dias, em virtude do dólar", comenta.
Já a comercialização da safra de café do Brasil 2011/12
(julho/junho) engloba 92% da produção total obtida no último ano-safra, segundo
levantamento de SAFRAS, com base em informações colhidas até 15 de maio. Com
isso, já foram comercializados pelos produtores brasileiros 43,84 milhões de
sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de SAFRAS &
Mercado, de uma safra 2011/12 de café brasileira de 47,7 milhões de sacas. No
mesmo período do ano passado, a comercialização estava em 93%. Em relação ao
final de março, houve avanço de seis pontos percentuais na comercialização da
safra 2011/12.
Barabach ressalta que nesse momento o destaque na ponta
vendedora é a forte presença de cooperativas no Sul de Minas, que aproveitam o
dólar melhor e a reação interna para aumentar os lotes ofertados no mercado,
favorecendo o andamento das vendas. A chegada da safra nova e a necessidade de
caixa de alguns produtores também justificam essa postura mais agressiva,
aponta.